Nas últimas semanas,
o Ibovespa fechou em recorde histórico de valorização, ao atingir a casa dos 96
mil pontos. O real, por sua vez, foi a moeda que mais se valorizou ante o dólar
no começo de 2019, considerando um ranking de 143 países.
A produção industrial registrou um resultado recorde graças a recuperação da demanda doméstica e, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o varejo deve crescer mais de 5% este ano.
Segundo Paulo Dutra, coordenador do curso de Economia da Faculdade Armando Alvares Penteado (FAAP), o ritmo de crescimento, especialmente na indústria, deve ser bem acelerado, em função do otimismo que vem tanto da retomada econômica, quanto pela perspectiva das reformas que devem ser feitas, especialmente em relação à previdência”, destaca.
Crédito mais barato
Por outro lado, pode acelerar bastante a recuperação macroeconômica uma possível mudança de política do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que pode passar a ser um banco de fomento, mesmo, para micro, pequenas e médias empresas, que hoje têm pouco acesso ao crédito.
“Esse acesso ao crédito ajudaria a diminuir o custo de capital das empresas, que é em grande parte formado por juros. Isso pode alavancar o crescimento médio da economia brasileira, de modo acelerado”, destaca.
Consumo deve ganhar novo fôlego
O mercado de trabalho ainda não reagiu como esperado, mas o otimismo favorece a retomada do emprego. Uma vez que as pessoas deixam de temer o desemprego diante das perspectivas positivas de crescimento econômico nos próximos meses.
“Com isso, elas se sentem mais confiantes para comprar mais, algo que elas não estão fazendo hoje. O consumo mais forte é o de bens imediatos, e não o de produtos duráveis”, afirma. “Com essa perspectiva mais otimista as pessoas antecipam compras que fariam no futuro. Há ainda as perspectivas de manter as taxas de juros que temos hoje e que a meu ver apresenta tendência de queda, contribuirão para o aumento do consumo de bens duráveis e, consequentemente, o aumento do vigor econômico”, completa Dutra.