Conhecimento e domínio sobre as próprias emoções são peças chave para  gerenciamento eficaz  do trabalho individual e em equipe

A autoconsciência tem sido um tema bastante explorado atualmente, dentro e fora das empresas. Muitos profissionais especializados no comportamento humano, ao comentarem sobre o tema, fazem uma relação direta com o termo despertar.

Partindo-se do significado da palavra (sair de um estado de torpor, de inércia) a relação faz todo o sentido, pois o autoconhecimento é uma etapa essencial antes de se tomar impulso rumo ao desenvolvimento pessoal e profissional.

Para entender melhor como esses conceitos podem funcionar no cotidiano e como as lideranças das empresas podem contribuir positivamente para incentivar o processo de autodescoberta nos membros de suas equipes, conversamos com Eliana Ferrarez, psicóloga, especialista em terapia cognitiva e mastercoach integral sistêmica, com experiência clínica de 17 anos.

O que é a autoconsciência emocional e porque é tão importante?

“Ter autoconsciência emocional significa ter consciência das próprias emoções, e vivenciar o alinhamento entre elas e os pensamentos, para que, de forma coerente, o indivíduo construa a  realidade que deseja viver, explica Eliana.

Uma pessoa autoconsciente consegue olhar para si e aprende que as respostas que tanto busca nas situações do dia a dia estão dentro de si mesma. Isso está totalmente vinculado também à auto responsabilidade.

Ela apenas se manifesta quando a pessoa consegue observar seus próprios mecanismos de funcionamento, favorecendo assim um movimento interno de reflexão, necessário para que o foco deixe de estar direcionado às situações externas e às outras pessoas.

Alguém autoconsciente emocionalmente, diante de uma situação de raiva ou tristeza, identifica essas emoções e tem condições de, por escolha própria, mudar o seu estado emocional. Nesse momento, o indivíduo toma para si a responsabilidade de reverter uma possível baixa produtividade nas entregas no trabalho, por exemplo.

Na prática, um dos pontos essenciais para esse tipo de desenvolvimento é começar devagar. O primeiro aspecto que pode ser trabalhado é o foco no momento presente, não necessariamente apenas por meio da meditação. “Atos simples, como beber água, por exemplo, se realizados com atenção total são uma ótima forma de começar”, indica a especialista.

Como a liderança das empresas pode contribuir?

“Quanto mais importância as pessoas dão à mente acelerada, mais agem de forma impulsiva. É importante desacelerar a mente para que o que pese nos momentos de tomada de decisão sejam de fato os valores nos quais se acredita”, aponta Eliana.

As empresas podem contribuir nesse processo. Quando a autoconsciência emocional existe no executivo em posição de liderança, é possível que consiga gerir com facilidade a sua própria equipe.  

Além de identificar em si próprio pontos fortes e fracos, o líder consegue também fazer essa avaliação em cada um de seus colaboradores. As características que cada um tem como positivas e que podem ser bem aproveitadas no trabalho, sem que o fator da vaidade entre na equação: o líder emocionalmente autoconsciente não teme que o outro brilhe. Pelo contrário, estimula em seus colaboradores o auto aprimoramento que ele mesmo já pratica.

“É uma pessoa que tende a enxergar o talento e a potencialidade nas outras pessoas. Ele sabe seu próprio valor e encontra espaço para olhar o outro com mais generosidade.”

As empresas têm, na figura do líder autoconsciente, o antídoto para a competição desenfreada, que não beneficia o trabalho em equipe. “Tudo porque ele enxerga seus liderados realmente como parceiros e os incentiva a também enxergarem o todo e a trabalharem o senso de coletividade”, finaliza Eliana.

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