Os efeitos do COVID-19 trouxeram consequências imediatas para toda a população e, no que se refere aos aspectos econômicos, isso não é diferente. A suspensão de contratos de trabalho e a interrupção de muitas atividades causaram muitas incertezas sobre o período e com as perspectivas ligadas ao fim da pandemia.

A retomada das atividades comerciais já começou em algumas cidades e já dá seus primeiros sinais em outras. A reabertura do comércio é um ponto importante, já que representa um dos pontos mais delicados do cenário atual. “Os clientes estão com medo, com receio, e vão escolher lojas e estabelecimento que passem a percepção de um ambiente seguro para frequentarem. A inovação vai estar com quem conseguir transmitir ao seu cliente que o estabelecimento está seguro para que eles possam frequentar”, explica Eduardo Terra, presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo) e mestre em Administração pela USP.

Para o especialista, é fundamental lembrar da maneira gradual como a reabertura deve acontecer e nas tendências já observadas em cidades que já viveram esse cenário. “No comércio de rua, a reabertura começa com 30 a 40% do movimento norma e, a cada 15 dias, isso cresce em média 10%. Imagino que leve de dois a três meses para uma normalidade”, considera. Para os shoppings, a situação é mais complexa, pois o consumidor ainda não apresenta uma postura clara sobre esses ambientes.

          Contudo, o aumento do desemprego e a queda da renda de muitos brasileiros sinalizam para que, mesmo com a reabertura, não se deve esperar o mesmo movimento de antes. Da mesma maneira, o delivery e o e-commerce também são tendências que não devem enfraquecer nos próximos meses; a segurança dessa modalidade continua presente, assim como o fato de que muitos consumidores também irão se habituar a essa forma de compra.

          Finalmente, o especialista considera que as mudanças percebidas agora irão modificar de maneira mais extensa as relações comerciais. “Não se pode mais ter a visão de que o varejo físico é abrir a loja e esperar os clientes aparecerem. O varejo físico é um estabelecimento de experiência e experimentação, com aspectos logísticos para quem vende produtos, é a base onde trabalham vendedores. É preciso aprender a ativar clientes através de ferramentas digitais, usando redes sociais, whatsApp e todos os tipos de ferramenta para se comunicar, a partir da loja, com clientes que estão na rua, em casa, no trabalho. Então, é isso que pequenos empreendedores precisam fazer. São ferramentas de baixíssimo custo e esse é o caminho”, explicar Terra”.

“Acho que tivemos uma aceleração no que chamamos de transformação digital e ela não é de grandes empresas, mas também de pequenas e médias. Ela fala de um consumidor mais digitalizado, que acessa marcas, produtos e serviços cada vez mais usando seu smartphone, whats e rede sociais”, arremata.

A pandemia gerou um período bastante atípico em nossa sociedade. Estimar com clareza o que vai acontecer é, portanto, bastante complicado. Contudo, entender o cenário atual e aprender com o exemplo de quem já viveu o contexto atual é o caminho para driblar as dificuldades e inovar seus negócios.

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