Bill Gates afirma que reuniões de negócios passarão a acontecer por meio de avatares

A utilização de avatares para a integração do ambiente virtual com o físico está bem próxima de se tornar parte da rotina das empresas. É o que prevê o cofundador da Microsoft, Bill Gates, em um artigo publicado em dezembro, sinalizando mudanças ainda mais impactantes para as empresas do que as provocadas pela pandemia.

Bill Gates escreveu que, nos próximos dois ou três anos, a maioria das reuniões virtuais se moverá das grades de imagens de câmeras 2D para o metaverso, um espaço 3D com avatares digitais.

Anteriormente ao artigo de Bill Gates, o termo ficou em evidência em canais de notícias quando o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou que a holding, dona de três dos apps mais utilizados no mundo, teria um novo nome comercial: Meta. O fato, que ocorreu em outubro do ano passado, também provocou algumas confusões quanto ao que é o metaverso e o que ele oferece.

Novo divisor de águas

A transformação comentada por Gates será um novo divisor de águas no âmbito do trabalho, exigindo condutas inovadoras entre profissionais e corporações, aspecto que foi pauta em um dos webinars promovidos pela CISP para os associados, em 2021.

O tema foi abordado pelo professor Rodrigo Selback, Guild Master Campus Party Brasil e especialista em Ciências do Movimento Humano, que falou novamente com a CISP sobre o assunto, desta vez para este conteúdo do blog Intercâmbio.

Afinal, o que é metaverso?

Entre os estudiosos do assunto há um consenso em que a origem da ideia é atribuída ao livro “Snow Crash”, de 1992. Na publicação de ficção cientifica, personagens utilizam avatares para viver em um mundo virtual em 3D.

Basicamente, entende-se por metaverso o contexto em que universo virtual se mistura à realidade, possibilitando experiências diversas às pessoas, tanto por meio de suas figuras projetadas, quanto por meio de objetos e ambientes transpostos.

As projeções se dão a partir de hologramas, com a utilização de dispositivos móveis inteligentes – como óculos com conexão que podem capturar imagens, sons, entre outras funcionalidades.

Novos recursos no varejo

Voltando ao que disse Bill Gates, em um curto espaço de tempo as reuniões de trabalho e negócios não precisarão mais ser realizadas por videochamadas em computadores ou celulares. Os avatares das pessoas irão até a sala de reuniões da empresa, criada no ambiente virtual, reunindo integrantes de qualquer parte do mundo.

E no contexto varejista, esse recurso será um aliado também no que diz respeito à experiência de consumidores e parceiros com produtos no universo virtual. Por exemplo: as empresas poderão receber clientes em hologramas em seus espaços, estoques e lojas. Da mesma forma, consumidores poderão levar para dentro de suas casas lojas inteiras a serem visitadas.

Outro aspecto é o consumo de produtos virtuais, como roupas, calçados, objetos e ambientes. Isso quer dizer que um consumidor pode, por exemplo, adquirir um terno de uma grife para utilizar no seu avatar durante uma reunião e, no momento em que o encontro acontecer, ele estará, fisicamente, em seu quarto, vestido de bermuda e camiseta simples.

Mais do que avatares, metaverso requer nova mentalidade

Especialista em Ciências do Movimento Humano, Selback argumenta que essas novas vivências tão próximas de se tornarem parte da vida cotidiana são respostas às demandas trazidas pela pandemia – que ele considera ter adiantado avanços tecnológicos em, pelo menos, cinco anos.

Essas mudanças rápidas e contínuas provocam espanto e preocupam empresários e profissionais em relação às necessidades a serem atendidas. A dica de Selback é: “mantenha suas competências humanas, desenvolva habilidades digitais e acompanhe as mudanças”.

Ele explica que as fronteiras entre físico e o virtual precisam ser rompidas, uma vez que estaremos remotos e presenciais ao mesmo tempo.

Visão disruptiva ajudará na melhoria de processos

Selback ressalta que a tecnologia é uma coisa de todas as profissões e que todos os tipos de negócios serão descontruídos e convidados a se reinventarem, o que requer visão disruptiva para a melhoria de processos.

Ele argumenta que somos menos resistentes às mudanças na vida pessoal do que o âmbito profissional. Prova disso é o fato de já solicitarmos compras e nos deslocarmos via aplicativos, de estarem em prática no mercado entregas por meio de drones e de possuirmos em casa recursos tecnológicos que filmam e ouvem tudo que fazemos.

O especialista atribui essa resistência no aspecto profissional ao medo de nos tornarmos obsoletos, sermos substituídos e fracassarmos. A dica de Selback é: “sejam curiosos e criativos, mantenham-se informados.”

Como o mundo corporativo pode se preparar para as mudanças?

Na opinião de Selback, o futuro não “será”, ele “é” altamente tecnológico e dinâmico. Neste contexto, também requer esse olhar inovador e mentalidade aberta por parte das corporações, não apenas dos profissionais.

O argumento do especialista evidencia que o futuro demanda ação no presente, sendo que o primeiro passo para que empresa estejam preparadas é incorporar como ponto na estratégico o acompanhamento dos avanços e tendências globais, indo além das observações de segmento de mercado.

Viabilizar, entre representantes de todos os setores da instituição, diálogos assíduos sobre as tendências é um primeiro passo para que sejam traçadas rotas para atualizações na empresa, considerando o entendimento de que as mudanças cada vez mais rápidas.

Uma possibilidade para aculturar as empresas a esse olhar é implementar comitês de inovação, por meio dos quais esse diálogo se concentrará para que as atualizações em resposta aos avanços comportamentais e tecnológicos sejam planejadas considerando fatores como prazos, investimentos possíveis e especificidades de cada área, de maneira integrada. Afinal, se tem uma palavra que representa desse futuro hith-tech é integração, não é mesmo?

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