Psicóloga e analista de Recursos Humanos da empresa, Heloíza Rossi comentou as relações individualizadas e a modernização de processos no contexto de tendências e desafios do setor
Depois de dois anos de enfrentamento à pandemia de Covid-19 e seus impactos e desdobramentos, 2022 convida as empresas a consolidarem ações em Recursos Humanos com foco em transformações comportamentais e modernizações, de forma cíclica e humanizada.
Isso porque os profissionais apresentam novas expectativas em relação às empresas e ao futuro de suas carreiras e, ao mesmo tempo, as demandas tecnológicas seguem em uma dinâmica de crescimento acelerado, o que requer que as atualizações sejam contínuas.
Olhar horizontal para a valorização da diversidade
De acordo com a psicóloga Heloíza Rossi, profissional especializada em Recursos Humanos queatua há 10 anos na Predilecta – associada CISP que gera mais de 1,3 mil empregos e que está entre as principais indústrias de alimentos do Brasil –, corresponder às projeções da nova geração sem deixar de atender aos anseios de profissionais mais veteranos é um dos desafios de ordem comportamental para o setor de RH na atualidade.
Ao compartilhar sua experiência na Predilecta, Heloíza comenta que a corporação tem em seu time de líderes pessoas bastante jovens entre os que já estão na empresa há muitos anos e, até mesmo, desde a sua fundação. Essa diversidade requer a compreensão de que cada geração e cada indivíduo possuem expertises e experiências que, somadas, tem muito a contribuir para o sucesso da empresa.
Tomadas de decisões que impactam na cultura organizacional nunca interferiram tanto na retenção de talentos como nos últimos anos, o que é fator relevante, uma vez que os recursos humanos também são estratégicos para que as corporações se tornem mais competitivas no mercado.
A psicóloga sugere que um olhar horizontal sobre as equipes seja o fio condutor para diagnóstico, planejamento e implementação de medidas ou mudanças, visando atender necessidades da empresa em alinhamento às principais expectativas dos colaboradores.

A concepção de “desafio” mudou
Este recorte trazido por Heloíza conversa com o que o fundador da plataforma 99jobs, Eduardo Migliano, contou em uma entrevista recente, na qual ele argumenta que o entendimento sobre o que é desafio mudou.
Se as gerações anteriores interpretavam desafios como excesso de trabalho para gerenciar ou muitos problemas para resolverem, para a nova geração, os desafios estão mais atrelados a “o que precisa fazer para ele ser uma pessoa melhor?”. Ou seja, não se trata, apenas, de projeção de carreira e conquistas financeiras, há uma busca maior com a qual as corporações precisam saber lidar.
Migliano pontua quão fundamental é para as empresas ouvirem e aprenderem com pessoas diferentes, validando a importância da empatia e o quanto pequenos fatos e ações do cotidiano têm peso para a motivação dos profissionais.
Atenção ao aspecto emocional e visão individualizada são indispensáveis
É justamente a partir desse olhar horizontal pontuado por Heloíza por parte de gestores e do setor de RH, que permite identificar questões relacionadas aos aspectos emocionais das equipes.
É evidente que a pandemia potencializou a necessidade de atender demandas de ordem psicoemocionais e trouxe essa temática para o protagonismo, o que está intrinsecamente relacionado aos novos desafios da área de RH, exigindo dos profissionais preparo para oferecer soluções humanizadas e inovadoras.
Nessa jornada, Heloíza considera indispensável o cuidado extra com os líderes, para que estejam em constante aprimoramento na área de gestão de pessoas. “É importante que as organizações invistam, ainda, no profissional business partner, que tem conhecimentos que possibilitam o acompanhamento dos processos em cada setor junto à liderança e ao RH”.

Inovar nos processos deve se tornar parte da cultura
Se nos dois anos de pandemia foi preciso adaptação de condutas, considerando as particularidades de cada setor das empresas, 2022 vem para reafirmar que a abertura para mudanças constantes e inovações deve fazer parte da mentalidade das corporações, em diferentes camadas dos processos.
Neste aspecto, Heloíza comenta sobre fatores que vieram para ficar, sejam qual for o segmento de negócio da empresa:
– Alinhamento contínuo e diagnóstico periódico da comunicação interna, de forma a contribuir com a eficiência da informação, engajamento das equipes e relações humanizadas;
– Condutas para colaborar com a eficiência e proximidade dos profissionais que permanecerão em trabalho remoto, incluindo investimento em plataformas, equipamentos e dinâmicas entre as equipes;
– Protocolos humanizados para processos seletivos on-line, de forma a valorizar a imagem da empresa e acolher os potenciais novos talentos;
– Investimento em capacitação técnica e comportamental de líderes e equipes.
“As ferramentas tecnológicas se mostraram de extrema importância para agilizar nossos processos e vieram para ficar, com a visão de que é preciso aprimoramento a cada dia”, comenta a psicóloga, com base nas vivências da Predilecta nestes aspectos. “Foi possível observar, nos últimos dois anos, a tecnologia é fundamental para acompanharmos o mercado e o crescimento de cada profissional dentro das organizações.”