Em março deste ano o Banco Central do Brasil anunciou oficialmente a plataforma escolhida.

A proposta de versão virtual da moeda brasileira tem sido vista com bons olhos por especialistas. As perspectivas são de que a inovação ofereça em um futuro breve diversas facilidades e redução de custos em operações em ambiente seguro. 

“É um meio de pagamento e a finalidade dele é dar suporte ao serviço financeiro de varejo”, disse o coordenador da iniciativa do Real digital, Fábio Araújo, durante a coletiva de imprensa do Branco Central do Brasil (BCB) que foi considerada um marcou da nova fase do projeto-piloto. 

Há uma grande expectativa no setor financeiro. Na opinião do coordenador do Comitê de Meio de Pagamento da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Fernando Tassin, “o Real digital não vem para extinguir nenhum processo ou meio de pagamento, vem para complementar, para funcionar como uma experiência adicional”

Segundo o especialista, o esperado é que a versão virtual do Real seja uma opção às empresas para agilidade em processos, como conciliações financeiras mais automáticas, com liberações instantâneas controladas em sistema. 

Segurança se mostra uma prioridade 

De maneira geral, a conduta no que diz respeito à cibersegurança tem sido vista de forma positiva por profissionais que atuam no segmento. “Estamos caminhando bem com a agenda regulatória, considerando segurança e acessibilidade”, afirma Lorena Botelho, especialista em Direito Digital e membro da Peck Advogados. 

Ela pontua que o BCB conta com outras instituições nesse processo de construção, o que evidencia um esforço conjunto nessa direção. 

“O Brasil é referência em segurança financeira, com instituições extremamente sólidas e rigorosas”, diz Lorena que sinaliza, ainda que há desafios, em especial no contexto de pequenas e médias empresas. “O Real digital vai levar isso para outro patamar.” 

Assim como ocorreu com a implementação de tecnologias recentes no setor financeiro, como o Pix e o Open Finance, o projeto do Real digital gera dúvidas entre profissionais que atuam com operações de grandes negócios. 

Uma das indagações frequentes tem relação com o fato de já existirem recursos para transações on-line. O que deve se ter em mente quanto à versão virtual da moeda brasileira é que a proposta vai além do que vemos em movimentações financeiras eletrônicas já utilizadas. 

De acordo com Tassin, o Real digital se assemelha ao modelo stablecoin de criptomoeda. No entanto, terá características próprias, colocando o país em um patamar de modelo internacional. 

Entenda o funcionamento em relação aos criptoativos 

Em uma explicação rápida, uma das distinções do Real digital para uma criptomoeda é que sua configuração não deve acarretar as oscilações que são comuns no mercado de cripto, ou seja, não apresentará alta volatilidade. 

“Outro ponto importante é que se trata de uma moeda programável. Então, poderemos determinar o uso do valor destinado em Real digital”, diz o especialista. Ele explica que, dessa forma, se uma quantia estiver direcionada para pagamento de produtos e serviços de uma determinada natureza, não poderá ser utilizado de outra forma. 

O aspecto regulatório também é um diferencial em relação aos criptoativos. “O Real já chegará com suas diretrizes estabelecidas”, pontua Tassin. 

Quer saber mais sobre o status da fase atual? Confira a coletiva transmitida pela BC em março deste ano! 

Afinal, em que pé estamos? 

Neste ano os diálogos sobre a regulação do Real na versão digital ganharam uma agenda oficial para consolidações em 2023 e 2024. O dia 6 de março foi considerado um marco, com a apresentação oficial da plataforma Hyperledger Besu. Com isso, o Brasil passa de uma fase preliminar para a de definições de arquitetura e detalhes do piloto. 

“A plataforma foi escolhida, por ser permissionada e oferecer o controle exigido pela Banco Central, além de ter boa aceitação no mercado”, comenta Tassin. 

A fase atual envolve instituições com reuniões de grupos de trabalho sobre regras, documentação técnica e tipos de cases que serão adotados, entre outros quesitos. Antes disso houve a etapa de modelos, na qual empresas de mercado e o Laboratório de Inovações Financeiras Tecnológicas (Lift) – coordenado pelo BC e pela Fenasbac – apresentaram versões possíveis. 

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