Mães somam maturidade à jornada profissional, contam as associadas Alice Rossa, analista de Crédito e Cobrança da Pamplona Alimentos, Samantha Colina, gerente de Crédito e Cobrança da Vilma Alimentos, e Ayla Woth, analista financeiro da Barilla
Neste mês das mães, a CISP convidou associadas para compartilharem um pouco de suas percepções entre maternidade e a vida profissional nas áreas financeira e de Crédito e Cobrança de grandes empresas. Afinal, quais são as dores e as delícias nessa jornada? O que muda na carreira?
Entre elas, uma resposta foi unânime: seja para superar desafios, seja para desfrutar ainda mais das preciosidades da vida, ao mesmo tempo em que as mães são singulares, possuem uma maturidade que lhes é peculiar. Essa característica transformar para melhor a forma como percebem o mundo, as relações e situações e, consequentemente, a lida profissional ganha novos ares.
“Aprendi muito sobre a importância do diálogo aberto e, também, do pulso firme para manter a ordem. Muitas vezes, mesmo que peito apertado, precisa ser dito um “’não’”, afirma Alice Leite Rossa, analista de crédito e cobrança da associada Pamplona Alimentos e mãe do Renan, de 32 anos, e da Martina, de 27.
A reflexão de Alice vai na mesma direção do que comentou Samantha Colina, gerente de Crédito e Cobrança da associada Vilma Alimentos e mãe do Samuel, de 10 anos: “aprendemos a ser firmes sem perder a doçura.”
Nesse sentido, as representantes enfatizam as percepções e mudanças de comportamento que a maternidade pode trazer, fazendo das mães grandes professoras da vida. “Sempre digo que uma mãe tem algo tão especial que poderia dar aula para um doutor”, diz Alice.
É preciso empatia no trabalho e na vida
Essa constatação das qualidades que muitas mulheres deixam desabrochar a partir da maternidade, no entanto, não romantizar a maternidade é fundamental. Do contrário, ambientes e pessoas acabam por colocar ainda mais expectativas e cobranças sobre as mães. Afinal, não é sobre empatia, acolhimento e “pôr os pingos nos i’s” que a maternidade ensina?
É primordial que as mães possam contar com uma rede de apoio verdadeira e sem julgamentos, tanto a partir familiares e amigos em situações corriqueiras, quanto com diretrizes coerentes no mercado de trabalho.
“Vejo que a sociedade e nós, mulheres, já evoluímos muito, mas ainda temos resquícios de vícios e olhares ultrapassados”, comenta Ayla Woth, analista financeiro da associada Barilla e mãe da Liz, de 2 anos.
Confira um pouco mais sobre o que nossas associadas contaram!

Para você, como é conciliar a atuação profissional com a rotina como mãe?
Um desafio. Como mãe temos muitas tarefas, que se somam a uma carga emocional. Requer organização das rotinas e flexibilidade com imprevistos – especialmente quando as crianças são menores e iniciam a fase escolar. Ter uma rede de apoio é essencial, o que só descobri após ser mãe.
Além disso, é preciso lidar com as cobranças internas, enquanto mulher, esposa, mãe e profissional – principalmente na nossa área, em que precisamos ser muito mais maleáveis.
O que você avalia ser necessário para um ambiente profissional mais amigável às mães?
Termos mais empatia é uma das lições que precisamos aplicar ainda mais! Comecei a reparar e enfatizar mais esse assunto apenas depois de ser mãe e percebo que ainda precisamos de muitas evoluções. A volta ao trabalho é uma das piores fases de divisões pessoais e nos deparamos com vários julgamentos internos e externos, até por parte de mulheres que já vivenciaram esse momento, mas se esqueceram ou viveram traumas pessoais que acabam levando a julgamentos que atrapalham esse momento. Isso se a mulher permanecer no seu posto, pois sabemos que, no mercado de trabalho como um todo, há alta incidência de desligamentos após a maternidade.
O que a maternidade mais te ensina?
Que não podemos ter o controle de tudo. Antes, mesmo com uma rotina de trabalhos excessivos, conseguíamos controlar muito e ter uma previsão. Com a maternidade isso nem sempre funciona e está tudo bem ser assim.

Alice, você tem filhos adultos. O que você nos contaria sobre a jornada entre carreira e maternidade?
São muitas responsabilidades ao mesmo tempo. Tudo precisa ser muito bem planejado, organizado, o que demanda muita resiliência e pulso firme. Mas nada impossível. Acredito quando queremos viver essa experiência, superamos – e sou muito bem resolvida quanto as decisões que tomei.
Quais foram os maiores desafios?
O que deixou o coração apertado nos primeiros períodos foi deixá-los em casa com uma babá. Não por achar que não seriam bem cuidados, mas pelo fato de ficar longe por tantas horas. Isso doeu bastante e precisei ser forte. Depois que o Renan nasceu, voltei ao trabalho em menos de dois meses – na época era diferente de hoje. Mas logo tudo foi se ajeitando. Tive uma pessoa que trabalhou comigo por 14 anos e isso me ajudou muito. Até hoje meus filhos têm admiração por ela. E na profissão, sempre zelei por manter tudo em ordem e da melhor maneira possível. Adoro o que faço. Faço com amor. Mas para dar certo a gente precisa saber separar as coisas.

Samantha, como foi para você a decisão de ser mãe?
Foi uma decisão que tomei tardiamente: fui mãe aos 41 anos. Sempre priorizei a carreira e a decisão foi amadurecendo, gradativamente, até que veio um desejo muito forte de ser mãe. Para mim pesava muito a questão de com quem eu poderia contar para me apoiar nos cuidados e na educação do meu filho.
Como é conciliar a atuação profissional com a criação dos filhos?
Trata-se de um desafio. Temos que tentar aproveitar ao máximo o tempo com os filhos. Precisa administrar o tempo, ter disciplina e nos atualizarmos sem perdermos nossa essência e valores. Acredito que já avançamos, mas precisamos evoluir sempre na postura: sim é sim, não é não. Requer cuidado para não perdemos o foco do nosso papel de ser mãe.
O que você tem aprendido com a maternidade?
Amor incondicional. O quanto é importante a presença com qualidade para acompanhar com proximidade o desenvolvimento dos filhos e aproveitar cada etapa da vida deles.
Durante a semana acompanho as tarefas de escola e aproveitamos um pouco da noite com brincadeiras, leitura e prece andes de dormir.
Nos fins de semana sou aquela mãe que vai parque, piscina, casa da avó, casa das tias… Sempre com muita proximidade, nós nos divertimos juntos.