Em um cenário de baixa inflação, a redução da taxa Selic é bem-vinda e pode contribuir para o aquecimento da economia, em médio prazo. 

Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou a redução da taxa básica de juros (Selic) para 6% ao ano. Uma das justificativas para esse movimento é o índice de inflação, que está abaixo do centro da meta e, portanto, dá margem para iniciativas que visam ao aumento do consumo e aquecimento da economia.  

“A redução da Selic estimula a economia porque juros menores tornam o crédito mais barato, incentivam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica”, explica Françoise Iatski de Lima, professora do curso de Economia e Relações Internacionais da Universidade Positivo.

Os indicadores recentes de atividade econômica sugerem que há possibilidade de recuperação da economia em ritmo gradual. Mas, além do bom andamento da reforma da previdência e de ajustes fiscais que devem ser realizados de forma técnica e responsável, uma boa relação com outras economias também se torna necessária para que o país viva dias melhores.

Além disso, segundo Françoise, outros fatores que pressionam os juros para cima também deveriam ser abordados, como os custos de captação, a inadimplência, a tributação e despesas administrativas.

Varejo têm a ganhar

Françoise conta que o setor o financeiro tende a ser o mais beneficiado com a redução da taxa Selic. Apesar do corte de juros reduzir o spread bancário, as instituições financeiras concederão mais crédito, o que pode beneficiar o varejo como um todo.

“Por exemplo, no setor de supermercados, essas taxas de juros beneficiam as lojas que oferecem produtos, como eletrodomésticos e vestuário. Os juros baixos ajudam a melhorar o crédito e os parcelamentos, aumentando as vendas”, conta a mestre em Desenvolvimento Econômico.

É preciso ter paciência

O consumidor não deve perceber a queda na taxa Selic imediatamente. A tendência é que isso ocorra após dois ou três trimestres, dependendo do bom andamento da economia, quando a redução nos juros poderá ser percebida nas gôndolas do supermercado.

“Para que esse impacto positivo seja potencializado, precisamos contar com medidas econômicas mais eficazes, como um plano de desenvolvimento que envolva toda a nossa indústria. Embora a queda dos juros seja bem-vinda, precisamos fomentar todos os setores de maneira que a produtividade média aumente sistematicamente”, conclui Françoise.

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